terça-feira, 30 de junho de 2009

Coração romã


Enrolei meu coração num trapinho de lã
Perfumei-o com aroma de verde hortelã
Atei-o com vime, trançado pela manhã!

Esperei a Lua, no céu se deitar
Vi o Sol a sorrir, no seu acordar
E na onda da maré, o atirei ao Mar!

Não sei se ele sabia para onde ir
Não perguntei se queria assim fugir
O desejo era proteger, o seu sentir...

Sentada na pedra salgada, vi-o partir
Queixume no ar, de quem parte a sonhar
Navegava em trapinho, corpo de romã...

Um dia, quem sabe...volta para mim
Cheio de saudade, num abraço sem fim!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Origens


Perdoa-se ao corpo a vertigem
Quando no alto o sentido se perde
Entra-se no pensamento virgem
E uma antiga ciência se ergue.

Não sei se mais cansa a subida
Pelos caminhos de pé trilhados
Se mais em ausência de vida
Os sonhos que acordam salgados.

Não sei, mesmo o porquê, não entendo
Ao corpo, que na caminhada se perde
À mente, o que a balança e domina?!...

Não sei, a pergunta envelhece crescendo
Que em interior despertou em tom verde
Morrendo, igual a um nascer de menina!...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Paz


No alto, gritei o nome da Deusa
E Ela no meu coração respondeu
Com suavidade e toda a Sua beleza!

Um sopro de serenidade se estendeu
E acarinhou a lágrima, com firmeza!

A brisa penteou os cabelos da serra
E o mar calçou os sapatos do infinito...

Eu?...eu, abracei a Paz na oração do grito!

sábado, 13 de junho de 2009

Enganos


Fui a correr junto de ti, no amanhecer
Queria ser a primeira a ver teu sorriso
Mas nas cordas da guitarra a gemer
O fado, na minha lágrima foi dorido

Não eras tu que me esperavas no saber
Não eras tu quem eu beijava no chorar
Alguém, que confundia o meu querer
Me seduzia pela troca de um olhar

Fui então para o meu jardim violeta
E lá fiquei muda e quieta à espreita
Que meu amor me viesse encontrar

Erro meu, erro teu...sentido, na procura
Cicatriz que coração sarou com amargura
Como encontrar, aquilo que se perdeu?

domingo, 7 de junho de 2009

Maresia de prata


Enfeito os cabelos com a tua cor
Visto tuas brumas e passeio a dor...

A lágrima salgada sabe-me a mel
Deito-me nos braços do teu batel...

E no silêncio oico o cântico de louvor
Melodia doce, em flauta de bisel...

Dádiva...em anel de prata, meu amor!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Verdade...ou talvez não


Entre a imensidão e o limite
Entre a luz e a escuridão...
fica a lágrima pendurada
num sinal de direcção!

Abraçada vida de condição...