domingo, 27 de setembro de 2009

Coração Outonal


No seio de braços doridos, pernas adormecidas
Em recordações de esperanças afogadas por soluços
Mente cansada que sofre, de insónias perdidas
O coração que na solidão, segura força pelos pulsos.

Se erguem tons amarelecidos, seguindo exemplo
Vertem-se labaredas de cinzas, como chuvas
E o corpo lavado pelas brumas, no templo
Canta odes, faz amadurecer esperadas uvas.

E o tempo no enleio, fermentando o doce da fruta
Desencadeia sentido feitiço, do fogo em gestação
E por dentro nasce um medo, que semeia a luta...

Quisera ter conhecimento outrora, ternura em sagrado serão
Naquela velha primavera que era vida, sem permuta...
Hoje, em alvo entardecer, moraria tranquilo meu coração!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Esperas


...e coloco os pés em descanso!
Na espera, do ribeiro manso
...e pisando ainda a pedra fria
em sonho,
na magia do tempo, o alcanço!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ansiedade


No seio da mãe ansiedade
qual lágrima de fonte
No rosto bate uma verdade
de incerteza, no horizonte...
Olho-me no tempo a correr
olhos de água, a nascer
na fonte que não dá de beber...
Quem sabe se tudo não passa
de sonho mau acontecer??!!
Quem sabe??!!...
Um dia depois do outro
como a brisa no ar esvoaça
o tempo virá ao encontro
me salpicará com graça
e na fonte da ansiedade
dançará a tranquila paz...
Flor, não morrerá com sede!
Quem sabe??!!...
Só no tempo, a escrita jaz!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um dia


Sobre a serra em maré viva, sinto a brisa do teu cheiro
Na tua entrega, corpo e alma, te sinto por inteiro
Apetece-me dizer-te em silêncio: um dia...
Um dia, quero ser magia a voar na natureza
Beijar flor de canteiro, que é fadada de incerteza!