quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sonho meu


Adormeço pedindo a Morfeu
que me deixe beijo teu
em cima de almofada
com uma flor desenhada
e depois ainda a preceito
espreito a Lua a meu jeito
e vejo nela a claridade
que me dança na saudade
e canto aquela melodia
que foi tua prenda um dia
e depois, bem aconchegada
em lençóis de linho deitada
ainda em luz de efeito prata
como fitinha que se desata
na dobra da minha janela
como se fosse a cinderela
vejo-te em teu cavalo alado
solto na lua, em verde prado
e encanto a minha alquimia
num pote da branda sinfonia
que transforme em puro mel
o som do trote do teu corcel
numa plantação colorida
de flor lilás, pura em magia
e espero por ti...
oh...amado meu...
isto tudo dei eu a Morfeu
e ele se deixou afagar
e só o sonho me devolveu!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Choro do céu



Nos telhados das nossas vidas
Caem gotas de orvalho sentidas
O céu, que canta Outono em guaridas...

(Quantos cantam sorrisos, em lágrimas
que se resguardam nas suas cismas

e se escondem debaixo de suaves rimas?!...)


Céu que lavas as mágoas, da terra das gentes
Num choro tão teu, diferente do meu, diz-me:
- Porquê telhados tão tristes, outros tão contentes?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Coração na brisa

Acrílico em tela
Em cada lado de uma saudade
O vai-vem de um sopro em claridade
Que finaliza o fim do Verão
Que fala por mim, assim:
- Teu afago se guarda no coração!
Bordado com a sede de sã ansiedade
Ainda que no ar somente de visita
Ande em mim, alma de pomba bendita...
Que pensa por mim, assim:
- Porque não pode o sol e a lua
Serem a medalha da face minha e tua
E andarem de mão dada na intimidade
Que é doce modelo, da suave metade?!...

- Por nada, não!...responde o eco da ilusão...
- Guarda-me no coração, carinho meu
Que na outra face do ser, já eu tenho o teu...

E ambos assim por dentro, movimento de luz
Afagaremos o caminho da vida que nos conduz...

E que mal tem?...na brisa teu doce cheiro, sempre vem...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Plantinha


Crescendo sem medo, com alimento de terra pura
num verde esperança que é Mãe Natura
o coração bate em tom violeta sem qualquer meta...

E assim tão fresquinha, tão visosa, mimosa
ela se sente das plantinhas viva a mais completa
porque o toque de veludo, é o seu todo!

Que lhe importa se o mundo é cego, surdo ou mudo?