domingo, 3 de fevereiro de 2013

Monsaraz em Janeiro...


 
Na visita que te fiz para ouvir falar de ti
Tarde fria de Janeiro, poetizando teu brio
Mais uma vez na tua paz entrei e te senti
Por dentro luz de outrora em corrupio.
E o meu ser entrou em saudade
E te beijou na serena tarde
E baixou os braços e sorriu...
És a mesma que em tempos descobri!
Nas tuas veias ainda correm pedrinhas
Escadas, torres, muralhas, portas, janelas
Ruas estreitinhas, ruelas
Batentes de ferro nas casinhas...
Alvas, tão alvas, branquinhas!
E o teu chão é feito de segredos
Onde tu escondes, os amantes com medos
E o teu ar altivo de donzela medieval
Cheira a rosmaninho, coentros, aroma matinal
De sabor a hortelã, vestidinha de pura lã
Que passeia os seus véus pela manhã
Lá no alto, senhora vestida de azul
Que guarda as terras lindas do sul!
Hoje e sempre na memória, da história
Guardas os sonhos em manuscritos
Que apenas nos teus céus estão escritos...
E quando piso o teu chão sagrado
Por dentro, em mim, se canta saudoso fado!
E esse abraço que dá a tua doce e simples gente
De sabor tão quente...tornou meu Janeiro ardente!