Lágrimas nas minhas simples rimas
Como gosto quando tu as animas
São diamantes feitos de estrelas
Quando pela noitinha tu vens vê-las
Teus dizeres em perfumados afagos
Cachos de uvas, beijos em bagos
Lágrimas que adoças em meu colo
Em fina cambraia as enrolo
São como pérolas de orvalho
Terno pardal, pipilando em seu galho
Ai as lágrimas, só tu as sabes beber
Quando nos meus olhos as vês a nascer
E as sabes, e as sentes, e as vens enternecer
Porque tu nasceste num tempo de água
E elas são feitas de sal, de azul e de mágoa
Mas sempre rio de sol, de madrugada a nascer!