segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Lágrimas





Lágrimas nas minhas simples rimas
Como gosto quando tu as animas
São diamantes feitos de estrelas
Quando pela noitinha tu vens vê-las
Teus dizeres em perfumados afagos
Cachos de uvas, beijos em bagos
Lágrimas que adoças em meu colo
Em fina cambraia as enrolo
São como pérolas de orvalho
Terno pardal, pipilando em seu galho
Ai as lágrimas, só tu as sabes beber
Quando nos meus olhos as vês a nascer

E as sabes, e as sentes, e as vens enternecer
Porque tu nasceste num tempo de água
E elas são feitas de sal, de azul e de mágoa
Mas sempre rio de sol, de madrugada a nascer!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Plumas brancas




Plumas brancas em doce caminho
Lado a lado casam com a margem
E nadam suave brisa de mansinho
E como é doce paz sua mensagem

Venham tragam em pergaminho
Palavras alvas, soando coragem
Escritas com pena do vosso ninho
Venham...não façam paragem...

Como se as águas fossem de carinho
Nesse navegar entre verde folhagem
E o sol se deitasse com um passarinho

E já noite dentro muito devagarinho
Na hera, entre o fresco da aragem
Céu estrelado, cheirasse a rosmaninho

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sonho estelar


Pauta da estrela polar
Deixando a madrugada alar
Num céu de lindo espaço
Pé ante pé, passo a passo
Depois de um utópico sonho
Que no limiar do limbo ponho...

Deixo que algum vazio seja astro
Que no breu deixe luminoso rastro
Música em compasso estrelado
Em dança melódica de anjo alado
Luminoso como sol em seu espaço
Na realidade da luz do meu regaço...

Na aurora que acorda e não chora...

E trova na quimera musical
Entre a pauta do sol a bailar
Jogral d`um sonho...da estrela polar!

domingo, 16 de agosto de 2015

Toma uma rosa...




Toma uma rosa feita por mim
Sim, eu sei...tu és mais magnólia
Ou talvez pitadinha de jasmim
Mas toma...que é doce e macia!
É uma rosa feita de tudo
É uma rosa feita de mim...
Moldei-a num pote de alquimia
Bordada p`la magia de meu jardim
Com meu céu, fiz seu olhar de veludo
De meu mar lhe dei ondas em sussurro mudo
Pintei unicórnio e o azul lhe roubei
Da foz do meu rio as lágrimas tirei
E ela nasceu rubra e airosa
Como o fogo da terra em vulcão
Sabes...ela quer ser ninho de coração
Ou simplesmente...quer ser tua rosa!