segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Sonhos entrançados






Entrançando a chuva miudinha
Com a luz reflectida na pedrinha
E num silêncio que me envolve
Parando o corpo, a mente se move
Na trança do dia, uma ladainha

E mechas de pensamentos misturados
Na lanterna acesa dos céus apagados
Move-se a magia de eternas quimeras
Sonham-se ali passos de outras eras
Entre os dedos de utopias molhados

Momentos quietos, sussurrantes
Ofegantes do dia, de pés andantes
Entrançados com a ligeira quietude
Ai que doce é a noite, nada se mude
Assim... apaixonados como antes...

E tranças esvoaçando em brisas molhadas
Cheias de perfume de memórias cantadas
Na chuvinha caída, Amor o sinto, possuída!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Depressão




...já nem sei que sinto
nem se digo verdade ou se minto
esta dor que dilacera o meu peito
este andar desassossegado e contrafeito
este desamor da vida, que não tem jeito!

...tenho frio...estou sem vontade de nada...
este sentir tirou-me a vontade de tudo!
vou vagueando como se fora num cinema mudo...
e os actores são bonecos animados, sem expressão
de olhares vazios e cavados, em cenários difusos...