terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Não, hoje não


Na janela entreaberta já o sol aparecia
nos braços dos cortinados desenhados
ele se pendurava e parecia que sorria...

Tanto cansaço adornava a minha apatia
um querer do ser, os sentimentos parados
dia que sorria, era minha noite que sentia...

Aconcheguei-me ao sorriso do sol envergonhado
deixei que a lágrima limpasse a fadiga
e fosse sem eira, nem beira, a dor p`ra outro lado...

Ah, como tem dias que nos julgamos tão fúteis!

Míseros, sem préstimo, os seres mais desolados
e sem o sol...os sentidos vão ficando apagados...

E nossos amores tão desapegados e inúteis!

Roda aquela velhinha vadia, deprimente angústia
viaja na carruagem do caminho, sem serventia...

Não, hoje não...não te quero companhia na minha estrada
Quero-te longe...desce já! Na paragem escolhe outra morada...

Lá bem longe!...sem raminho, sem menino, sem água da fonte
Lá para trás...do mais longínquo horizonte!

15 comentários:

Maria disse...

Será do tempo. Dos dias cinzentos. Da chuva...
Não, hoje não...

Beijo
:)

juvenal disse...

É que nem a Florbela se aventurava a tanto! Que mágoa, que angustia, que lamento! Que pranto!...
Venha, ligeira, a Primavera. Essa, mais a outra, a que espelha nos olhos, ao canto...

juvenal

Teresa Durães disse...

hoje um dia mais sombrio (que acontece a todos), como sempre, um excelente poema!

clic disse...

Há dias que não são dias
De ser a alma lavada
Vinham lágrimas sombrias
Mas o sol é que brilhava

:)

alcinda leal disse...

Belo poema minha amiga!
Gostava de ser capaz de verter num poema as minhas dores de alma... não sou capaz... vou-me deleitando lendo os dos amigos.
Muitos beijinhos
Alcinda
Não tenho tido linha telefónica, ainda consequência do temporal de Dezembro.

AnaMar (pseudónimo) disse...

Amores desapegados e inúteis, temos que os mandar para bem longe.
Nem hoje, nem amanhã...
Que o sol aqueça o seu peito e a dor estale em lágrimas libertadoras.

Bj

Áurea disse...

É cada um mais bonito
Amei muito este que li
Podes crer que também sinto
Eu alguns dias assim!...

Mas logo dou a volta
E porque gosto de mim
Não vou ficar ali presa
Mudo p´rá aqui e p´rá ali.

Tu não queres companhia
Mas não procures solidão
Pode ser a pior coisa
Nos arrasa o coração

Linda poeta que és
Eu sou apenas de rima
Vou mostrar minhas histórias
Na livraria Almedina

Porque já lá contei uma
E me pediram que entregasse
Um vídeo para que vissem
E que mais histórias levasse

Por isso, quem sabe um dia
Nos vimos a conhecer
Tu poeta, eu contadora
Em Lisboa, pode ser!!!!!

BEIJO
Áurea

DE-PROPOSITO disse...

Não, hoje não...não te quero
---------
Um não querer. Por vezes, o princípio do fim.
---------
Fica bem.
Felicidades.
Manuel

mena maya disse...

Olhe hoje sim, resolvi escrever aqui porque li num comentário que fez nas Coisas do Arco da velha foi Menina de Odivelas nos anos 50.
Eu não fui mas lá estiveram 3 irmãs minhas as duas mais velhas tb nessa altura.
Ter-se-ão conhecido?

Anónimo disse...

Perdoem-me a invasão, vim atrás de poesia.:)

_________

http://mmeloup.wordpress.com/

Baila sem peso disse...

Maria

Nem do tempo, nem do cinza, nem de nada
Um pouquito de um tudo que vem ao trambolhão
E faz ficar o nosso interior bem sisudo
Com os miolitos a baterem no chão :)

Mas tudo passa, tudo é nada...
Um nada que foge da questão, pois então :)

Beijo hoje sim e sempre, porque não??!! :)

juvenal

Ai juvenal, juvenal...o que não tem igual!
A Florbela aventurava-se a isso e muito mais
Experimenta ler seus poemas de fio a pavio
È uma dor só, constante, tão sofrida de ais...

Mas que venha a Primavera sim...
Mas que não me deixe ainda mais assim...
Quero cantá-la com flores, que se lembram de mim

Beijo no meio da imaginação, talvez um rosa...
de singela flor de campo, mais formosa

Teresa Durães

Obrigada pela tua compreensão...sombrio
Digo-te mais em depressão...
Aqueles em que não tenho nenhum brio
Mas que aparecem na palma da mão
E muitas vezes, arrebatam o coração
Mas ´tá tudo bem, como convém
Um dia depois do outro...
E a gente bebe cházinho, come biscoito
E a vida gira na volta como um oito :)

Um beijo e fica bem com ar afoito :)

clic

Pois é isso por aí sim...lágrimas
Que se lembraram no dia errado
Mas já foram cuidar das rimas
E de outros assuntos de seu cuidado

E meu beijo em sol mergulhado :)

alcinda leal

As lágrimas limpam a alma é verdade
E os poemas para mim são grande ajuda
Oxalá a minha amiga consiga suavidade
Meu desejo é, paz e amor que tudo muda!

(e também um pouquito mais de condição
Para termos todos melhor comunicação :))

Meus beijinhos ficam então

AnaMar

Já estalou, já estalou...
A “Ana” não ouviu por aí um estrondo??!!
E uma corrente de água cristalina??!!
Pois a fonte rebentou e a água se espalhou...
Foi cá um alívio...até o céu me acompanhou! :)

E um raio de sol sorriu...e decerto que tb viu :)
Beijo

Áurea

Não tem a ver com a companhia
Mais a ver com interior e seu senão
Quero a afastar a dor da vida
E para bem longe a depressão

A solidão é um quê muito próprio
Que aprendemos ao longo da vida
Podemos estar no meio da multidão
E sermos únicos na “corrida”

Ainda bem menina linda
Que estás contente com teu percurso
Acredito que sejas divino sorriso
Para quem te vê no seu “curso”

Virmo-nos a conhecer? Pode ser...
Talvez um dia, quem sabe?!
Sim, provavelmente em Lisboa
Daqui, poucas vezes a alma voa :)

Não que não tenha vontade
De trocar campo p´la cidade...
Correntes muito fortes me prendem
Ainda com cantar de mocidade

Um beijo e obrigada por teu dizer
E um sem fim de felicidades
Nos teus desejos feito verdades!!!

DE-PROPOSITO

Espero que sim, meu amigo, espero
Que a fadiga da deprimente angústia
Se vá para bem longe sem desespero
O fim total, não acredito
...mas por um tempito!!... :)

Para ti deixo felicidade junto do beijito :)

mana m.

A “bem dizer, a bem dizer” em Odivelas não!
Foi nos meados de Maio de cinquentas e tais
que vivi no Campo Santana...um ano pouco mais!
Os meus versinhos à toa, induziram em erro!
pois adoro água sou como peixinho e me atrevo
em tudo o que possa nadar...daí a brincadeira
de que com elas, ali eu pudesse estar...:)
Mas Lisboa era tão pequenininha...
Quem sabe...meia volta e encontro de “fim de linha” :)

Deixo beijinho pela visita ao cantinho

mmeloup

Invasão? Ora essa, não tem porquê...
O espacinho recebe bem sem qualquer quê
E quem corre atrás de poesia
Merece toda a minha simpatia!

Obrigada pela visita
Meu sorriso aqui fica, acredita! :)
(do “outro lado” espreitei e digo: gostei!!!!)

todos que passaram em silêncio meu obrigada
pelo passinho, na minha “estrada”...

poetaeusou . . . disse...

*
amiga,
dias não são dias,
como dizia a minha avó . . .
mas digo-te, que hoje
estou um pouco chôcho . . .
,
é empatia ?
,
conchinhas, deixo,
,
*

Baila Sem Peso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Baila sem peso disse...

poetaeusou

e é empatia sim senhor...
"e dias não são dias"
é velhinha, mas tem honras em sabor...
será do frio que aí vem?
hoje o sol esteve lindo
mas eu sou tão friorenta
que fico "rabugenta"
quando ando encolhida :D
ai, o Inverno...ai, vida...

beijito friorento mas com muito calorzinho dentro :)

Baila sem peso disse...

e o comentário eliminado
fui eu que apaguei
pois em falsas teclas carreguei :)
acontece...mas quem leu não esquece!:)
é o frio, é o frio...
a mão não obedece!