quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Luar escondido

acrílico sobre cartão

Bom Ano 2010 para todos

Luar que chegas escondido, minha luz encantada
Que iluminas um nosso final, uma nossa chegada
Lua Cheia, ilumina nossa numérica passagem!

Dos que vêm, dos que estão, desta nossa viagem
Luar de fim de Dezembro, cântico de Janeiro primeiro
Faz com que durma suave no céu, nosso mundo inteiro!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Um sorriso para ti, para ti e para ti...


Feliz Natal

Quando eu tinha um sorriso assim
e sonhava que morava em mim...

quando as estrelas cantavam e os olhos brilhavam
quando era a melhor prenda, carinho que me davam
era mundo lindo na quimera nascida, feito de marfim
todas as gentes se uniam, em doce sorriso carmim...

quando eu tinha um sorriso assim...
sorriso que encontrei na aurora do fim!

Um beijo de outrora, que guardei...e vos entrego agora!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Promessa


Quando as culpas necessitam de um corpo
E as vestes da alma habitam em desencanto
Quando tudo que me invade está só e morto
E margens de segredo são lágrimas de canto.

Quando o pensamento em desalento chora
E os dias passam despidos de vida, vivida
Quando o coração por momentos não mora
E os sentidos adormecem na crosta da ferida.

Meu amor, meu amor o teu ombro anseio
Na culpa que veste a alma de encanto
Passeio a ilusão e partilho teu espanto...

Meu amor, meu amor deita-me no teu seio
Deixa que lave a ansiedade no enleio
Prometo, um só segundo serei teu manto!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cálido olhar


Aqueles olhinhos humildes me olhavam
Na sua tez pálida e triste, alma escrava
Vestidos como a noite escura brilhavam
Só a luz da lua, no seu segredo igualava.

Estendi os dedos um pouco a medo de magoar
Pois não sabia, como acariciar seu coração
Tão triste e só, me falava aquele seu tenro olhar
Senti-me indefesa, na procura de algum perdão.

Queria tanto um só instante, ser a luz que iluminasse
Queria enfim, pedir ajuda a toda a gente que passasse
A ternura e sustento, daqueles olhos que hipnotizavam

Sem brilho na dor da ilusão, meus olhos acompanhavam
Pobreza, a que jamais esquecerei porque me desafiavam
Cálido pedido: - que o mundo efémero, todo se emendasse!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Voz


Agora que o sol já saiu a passear
E a noite veio na voz, em seu lugar
Agora que a luz da candeia acende
E o silêncio da vida se surpreende
Agora meu bem...é só escutar...
Ouvir baixinho a voz do velho mar
Como se a vida toda fosse breve estar...
Não, não oiças os meus soluços
São apenas ternuras de impulsos
Que ao mar, meus olhos gostam de dar...
Ouve os seixos, meus sorrisos a marulhar
E deixa-te embalar....as vagas das marés
Que suavizam o corpo, beijando os teus pés
No meu mar tão azul, branco véu, céu de tule...
Ouves meu bem?... é só escutar...
A voz...na noite em que não havia luar
Com meu sorriso chegava, para te embalar!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009


BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS
(Terei de fazer intervalo que o pc está doente e ainda não sei como tratá-lo)
- Deixo meu beijo enfeitado pela flor -

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cavalo branco


Nas crinas tinha tranças alvas prateadas
Nas patas uns cascos puros de ouro anilado
Seu trotar era cantar de estrelas aladas
Focinho tinha beijo, de sonho desenhado.

Era o branco, mais branco, feito de luar
Um relinchar tão belo, como se ária fosse
A lágrima de prata, num sagrado altar
A ternura de um sentir, do mel mais doce.

Não sei se a alguém, aparecia ao amanhecer
Porque tanta era a vez, que o via ao anoitecer
Um vulto que me cegava, ledo me encantava...

Ah, fosse eu supernova de azul, em abrigo
Faria que ele trotasse, sempre comigo
Menina que fui, ainda hoje o acompanhava!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sabes...


Sabes?...fazes-me falta, sabes?
Naqueles dias, que furtivos sabias...
Agora...agora já não...já não me vias!
Eram olhares, eram fadigas repartidas
E os nossos braços afastados
E depois, tão escondidos...abraçados!
Sabes?...sei que sabes...
É no silêncio que me cantas suaves odes
Sei, sabes...sabes, mas não podes!
Não faz mal...fazes-me falta!
E isso que importa? Se meu coração salta
Quando penso nos teus braços à minha volta...
Importa? Não...claro que não
Também sei, o quanto o teu coração
Chorou tanta vez, à minha porta!
Então...fazes-me falta, sabes?
Tenho saudade de te ouvir
Quando me chamavas miúda
E minhas lágrimas limpavas
Da minha tez branca e sisuda...
E tu?...quem te contava os segredos
Que tinhas escondidos nos teus medos?
Fazemos-nos falta...e então?!
Sabes...um dia, sonhei que também sonhavas...
E que abraçávamos a falta, no meio de rubras lavas
Lá no horizonte, num dia de Agosto
Onde as lágrimas sabiam a doce mosto
E a tua mão procurava a minha
Lá, no fim...sabes?...castelo de rei e rainha...
Sei...fui eu que me afastei...sabes, menino crescido?
Um de nós, escolheu o sonho...um sonho enternecido!
O outro? O outro vive, quem sabe... por aí adormecido!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Lua


Ó lua nova que partiste, do cantinho teu
Não vás embora, sem te despedires no céu
Não vês que estou aqui sozinha, esperando
Notícias de um luar, que me vai tardando...
Vou deitar-me agora, lua feiticeira
Tenho junto a mim, janela à cabeceira
Um silêncio, que crescente vai chorando
Na saudade, que fica no céu esperando...

Ansiando o brilho da vela, de casa cheia!

Lua tão bela, no mar cantinho de sereia
Lua feiticeira das marés, que poetizas
Vem dizer porque tardam tuas brisas
Pedacinho de queijo, alvo doce em pão
Metade de sabor, que se come ao serão
Quando te venero, quando te espero
Falsas noites que entrançam o desespero
Vem lua cheia, vem depressa que te quero...

Sei que tu, no céu em castelo, espreitas por ameia!

Vem lua cheia, é preciso que guies com carinho
Aquela menina, que se perde no seu caminho!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Beijo da manhã


Com raminho de salsa e hortelã
Atado com um pedacinho de lã
Perfumei o teu beijo de Outono
Que me chegou pela manhã!
Tinha um suave toque de veludo
A doce brisa de um vento mudo
Deixei-o atado, sem abandono...
Era um beijo, cheio de tudo!

Dentro do laço que o apertou
Sentiu-se preso e chorou
Oh meu beijo de perdição
Tanto padeces por quem te amou!
Não, assim não, não te prendo
Não te compro, nem te vendo
Vou levar-te ao vale do coração
Solto, terás portas abertas, querendo...

Se te soltares em mim, no aconchego
Com suave toque, ao pé de ti me chego
Beijo, que me coroaste em suave manhã!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sonho meu


Se tu soubesses, meu amado
Se tu soubesses sonhar...
Os dois fugiríamos a cavalo, pelo prado
Na procura do mistério, a germinar

Se tu soubesse, meu amado
Se tu soubesses voar...
As asas brancas seriam nosso voo alado
Na procura do infinito, sem findar

Se tu soubesses enfim, amado meu
O que eu sou para ti, e tu para mim
E o que existe, para além do imaginado...

Se tu soubesses, como sonho no céu
Que beleza seria o mundo! - enfim:
Um mundo azul, de sonho encantado!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Melancolia


Sereno encanto, do meu rio
Pelo nevoeiro abençoado...

Navegando na minha melancolia, a água
Lágrima que beija a foz, que suave desagua
Vem afagar as brumas do meu passeio
Que se cruzam, com barcos de recreio!

Vem bailando meu rio, mesmo cheio de frio...

Vem! Em segredo na proa erguida de navio
Acertar um balançar, que te torna meu amado!

domingo, 27 de setembro de 2009

Coração Outonal


No seio de braços doridos, pernas adormecidas
Em recordações de esperanças afogadas por soluços
Mente cansada que sofre, de insónias perdidas
O coração que na solidão, segura força pelos pulsos.

Se erguem tons amarelecidos, seguindo exemplo
Vertem-se labaredas de cinzas, como chuvas
E o corpo lavado pelas brumas, no templo
Canta odes, faz amadurecer esperadas uvas.

E o tempo no enleio, fermentando o doce da fruta
Desencadeia sentido feitiço, do fogo em gestação
E por dentro nasce um medo, que semeia a luta...

Quisera ter conhecimento outrora, ternura em sagrado serão
Naquela velha primavera que era vida, sem permuta...
Hoje, em alvo entardecer, moraria tranquilo meu coração!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Esperas


...e coloco os pés em descanso!
Na espera, do ribeiro manso
...e pisando ainda a pedra fria
em sonho,
na magia do tempo, o alcanço!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ansiedade


No seio da mãe ansiedade
qual lágrima de fonte
No rosto bate uma verdade
de incerteza, no horizonte...
Olho-me no tempo a correr
olhos de água, a nascer
na fonte que não dá de beber...
Quem sabe se tudo não passa
de sonho mau acontecer??!!
Quem sabe??!!...
Um dia depois do outro
como a brisa no ar esvoaça
o tempo virá ao encontro
me salpicará com graça
e na fonte da ansiedade
dançará a tranquila paz...
Flor, não morrerá com sede!
Quem sabe??!!...
Só no tempo, a escrita jaz!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um dia


Sobre a serra em maré viva, sinto a brisa do teu cheiro
Na tua entrega, corpo e alma, te sinto por inteiro
Apetece-me dizer-te em silêncio: um dia...
Um dia, quero ser magia a voar na natureza
Beijar flor de canteiro, que é fadada de incerteza!

sábado, 29 de agosto de 2009

Meu Anjo


Quis ver-te entre o colorido céu da vida
Quis que fosses meu azul, essa cor sentida
Mas voavas tão alto, meu anjo imaginário
E eu com o pé na terra, ainda em calvário.

Sonhava-te de dia e noite, com desejo
Em doce melodia, ensaiava em solfejo
Anjo azul, cada vez mais em cenário
Só esperança, acalmava o meu rosário.

Tentei chamar-te outras cores, anjo azul
Tentei iludir teu condão, colorindo a dor
Tentei, estavas protegido por véu de tule...

Enfeitei então navegar, usando o meu amor
Procurei-te na noite, na Estrela do Sul
E de dia encontrei-te, pintado em verde cor!

(Anjo azul, ou verde (?!)
Tanto que a minha prece,
sedenta de sede,
em ti, na procura se perde!)

sábado, 22 de agosto de 2009

Defeito ou feitio


Porque me enganas tu, meu bem?!
Não vês que dentro de mim tu estás
E no engano, tu te magoas também?!

Tanto machucar vai no engano
Dano que me põe a chorar
Que cai em dor, suja teu pano!

Como será um dia, meu bem...se não existires em ninguém?!

domingo, 16 de agosto de 2009

Amizade*


Quando nasce Amizade em mim
Oiço ao longe sinais de alerta de clarim...

- Meu coração se veste todo de cetim!

*Oiço...no Agosto em sonho de Verão
Vozes quentes que afagam um serão

sábado, 8 de agosto de 2009

Ausências


Vestida de sol, mas sangrando de dor
Assim ela espelhava seu doce amor
Chorava pétalas de sofrida ausência
Com um sorriso que doava essência.

Alma tão solitária, o dia lhe sentia
Mas seu rosto era de pura simpatia
Na manhã clara se vestia para a luz
De noite a lua era um sinal da cruz.

Vestia assim, véu que mais a protegia
E para que ninguém percebesse a cor
Enfeitava o seu rosto de rubra magia!

Não sei se chorava, quando em flor
Tão disfarçadamente, quando sorria
Mas seu coração: - Sofria por amor!

* Imagem oferecida por amizade sentida!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dança no areal


Olha...olha meu bem, para o dia
O céu está de um azul claro vestido
Com rendas de luz na maresia
Na serenidade do sossego apetecido!

Tem o mar no estendal do seu areal
A música de um solfejo desconhecido
Toda a melodia é um hino natural
A ternura que domina meu sentido!

Embalo-me no som das vagas a cantar
Gaivotas rodopiam e enfeitam meu sorriso
Vêm junto a mim, chamam para eu dançar...

Asas, num abraço de sal de doce paraíso
Um beijo de brisa purifica meu deleitar
Minha loucura, numa dança de improviso!

sábado, 25 de julho de 2009

Sede


Tanta água, que nasce no horizonte...
tanta gente, iluminada pela sede
com cântaros vazios junto à fonte!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cansaço


Enrolo o corpo no ventre da magia...
Quero voltar a nascer diferente cria!

O espaço no germinar é de um puro leito...
Quem dera crescesse, em flor no meu peito!

domingo, 12 de julho de 2009

Paixão


Tanta ansiedade a nossa, meu amor
Beijava as horas, em que o sol aquecia
Iluminava os dias em nosso louvor
E nos trazia a lua, que nos despedia.

Pensei um dia, em nos fazer adormecer
De te fazer esquecer, esse sabor de mim
Tarde então percebi, que ao teu esquecer
Mais eu me lembraria de ti, assim.

Hoje estás longe, talvez ditoso...
Já sem a loucura da nossa ansiedade
Eu balanço na vida, deste chão sequioso!

Mas a que doce sabe, esta saudade...
Que se alimenta em recordar tão ansioso
Sabor que guardei na frescura da vontade!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Adeus


Deixei um adeus tão dorido, na partida!
Mas vi nos olhos teus...um dia se te encontrar
é como se nunca tivesse havido despedida!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Coração romã


Enrolei meu coração num trapinho de lã
Perfumei-o com aroma de verde hortelã
Atei-o com vime, trançado pela manhã!

Esperei a Lua, no céu se deitar
Vi o Sol a sorrir, no seu acordar
E na onda da maré, o atirei ao Mar!

Não sei se ele sabia para onde ir
Não perguntei se queria assim fugir
O desejo era proteger, o seu sentir...

Sentada na pedra salgada, vi-o partir
Queixume no ar, de quem parte a sonhar
Navegava em trapinho, corpo de romã...

Um dia, quem sabe...volta para mim
Cheio de saudade, num abraço sem fim!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Origens


Perdoa-se ao corpo a vertigem
Quando no alto o sentido se perde
Entra-se no pensamento virgem
E uma antiga ciência se ergue.

Não sei se mais cansa a subida
Pelos caminhos de pé trilhados
Se mais em ausência de vida
Os sonhos que acordam salgados.

Não sei, mesmo o porquê, não entendo
Ao corpo, que na caminhada se perde
À mente, o que a balança e domina?!...

Não sei, a pergunta envelhece crescendo
Que em interior despertou em tom verde
Morrendo, igual a um nascer de menina!...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Paz


No alto, gritei o nome da Deusa
E Ela no meu coração respondeu
Com suavidade e toda a Sua beleza!

Um sopro de serenidade se estendeu
E acarinhou a lágrima, com firmeza!

A brisa penteou os cabelos da serra
E o mar calçou os sapatos do infinito...

Eu?...eu, abracei a Paz na oração do grito!

sábado, 13 de junho de 2009

Enganos


Fui a correr junto de ti, no amanhecer
Queria ser a primeira a ver teu sorriso
Mas nas cordas da guitarra a gemer
O fado, na minha lágrima foi dorido

Não eras tu que me esperavas no saber
Não eras tu quem eu beijava no chorar
Alguém, que confundia o meu querer
Me seduzia pela troca de um olhar

Fui então para o meu jardim violeta
E lá fiquei muda e quieta à espreita
Que meu amor me viesse encontrar

Erro meu, erro teu...sentido, na procura
Cicatriz que coração sarou com amargura
Como encontrar, aquilo que se perdeu?

domingo, 7 de junho de 2009

Maresia de prata


Enfeito os cabelos com a tua cor
Visto tuas brumas e passeio a dor...

A lágrima salgada sabe-me a mel
Deito-me nos braços do teu batel...

E no silêncio oico o cântico de louvor
Melodia doce, em flauta de bisel...

Dádiva...em anel de prata, meu amor!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Verdade...ou talvez não


Entre a imensidão e o limite
Entre a luz e a escuridão...
fica a lágrima pendurada
num sinal de direcção!

Abraçada vida de condição...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Onde foi...


Para onde foi o meu poema
Aquele pequenino pedaço de sentir meu
Onde foi que guardaste a minha gema
E aquele fio de cabelo, no sorriso teu
Onde foi que escondeste a minha voz
Que segredou, no teu escutar de paixão
Onde deitaste aquele coração de nós
Que nascia entre o nascer de um condão
Foi num campo amarelo de espiga de pão?
Onde foi que nos guardaste, tão sós?!

Onde foi, meu amor, diz-me depressa
Que a solidão é um afago que tropeça
Eu já te procurei, na saudade dos campos
Onde bailavam nossos corpos pirilampos

Já o vermelho, de vida simples agitei
E no procurar tanto, nada encontrei

Será meu amor, que tudo perdi...pelo que te dei?!

sábado, 23 de maio de 2009

Adormeci


Alvas horas, num dia, num esboço
Se bebe um silêncio de mão vencida
Meu corpo está dentro de um poço
E não consegue encontrar a saída

Encostei-me à calçada da vida
Tanto sono que tenho em alvoroço
Mal me encontrando de tão dorida
Continuo acordada em esforço

Já pintei, já escrevi, mas não te vi
Já tudo fiz para sair deste feitiço
Cada hora que passa aumenta enguiço...

Que terá sido que me corpo não venceu
Este tão grande adormecimento que é seu
O saber desfalecer e dizer que está aqui...

(sonhou!...decerto acordada adormeci, meu dia noite ganhou...e só a Lua lhe sorri!)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Lágrima de luz

Cruzei as pernas e sentei-me no olhar
vi a Luz partir, tão devagar...
e o meu sorriso levezinho tomou banho no mar!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ternura


...é um concentrado
silencioso
de som ou palavra...
Um olhar partilhado
na mesma direcção...
É uma força secreta
que vem do coração...
Momento suave e calmo
gesto, carícia ou afago!...

Sem tempo
na verdade de o ser...
Dar sem esperar receber
Partilhar, sem repartir
Força intensa de sentir!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Saudade


Um espinho cravado no peito
Como se fora alva lembrança
De uma pena que abraçamos

Que flor esta, que vem tão sem respeito
Na brancura leve, igual beijo de criança
Que vida serve, quando a enlaçamos

Que dor, que dor...embelezada...
Como nome bordado em toalha de linho
Como ave enfeitando forro de seu ninho
Que dor, que dor...tão balançada...

Não sei se a cante baixinho, ou a chore devagarinho...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Suspiros


Beijo-te em cada silêncio, que por nós passa
...e cada suspiro usará perfume, que por ti se enlaça...
passado, presente, futuro...tudo deixou de ser ameaça.

Todo o minuto vivido de acordo com o que por mim se solta
umas vezes em riso, outras em choro
...no Tempo é o tesouro
que me trás envolta...

Por perceberes que esquecimento
está fora da nossa jornada
te digo: bebe só o momento
que passa da noite, à madrugada...

um dia quem sabe, nos daremos
numa outra estrada
em abraços de outro pensamento
em murmúrio de vagas em alento...

Agora, apenas suspiramos no sussurro do vento...

domingo, 3 de maio de 2009

Amor


...uma entrega, uma carícia, um sem tempo
um ter e ser que nos deixa adormecer
sem conceito, de qualquer verbo perceber...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bailado no rio


Danço com as lágrimas do meu rio
Pelas brumas, às gaivotas eu sorrio
Nua, sinto a pele como suave sereia
Ensaio a Valsa, desafio a lua cheia.

Num ensaio de passos, muito meu
O Tango rodopia em delírio de apogeu
Toco o céu, com Vivaldi, em Adágio
E o meu corpo namora com o rio.

Vem toda a música encantada, pelo ar
Abraçar feitiço, do meu leve momento
E os peixes se enfeitam de algas, a cantar

É a terra toda a festejar o evento
Até flores na margem vejo dançar
E por fim, subo ao infinito com o vento!


Imagem das minhas mãos com composição de amigo

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vida **


Era a mais bela tarde, que me pôde acontecer
de todas as tardes quentes que a Vida possa ter

Tu vieste, no princípio do tempo me oferecer!

Era já tarde, mas tão cedo me trouxeste
a vontade parida em botão, de flor nascer

E no meu seio te deitaram, choraste
para o teu choro eu beber
e jamais connosco, ouve entardecer!

Tardes...as guardes, no Cântico do teu Viver!

**Para ti minha princesinha o condão da minha varinha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Além...


Trago nas veias de sangue, entranhado
Pelas veredas e caminho de pé, pisado
A música que os pássaros cantavam
Quando meus olhos por ti chamavam.

Trago fecunda a verdade do teu querer
Pelas vertentes do meu corpo a correr
As cores, da rosa vermelha branqueavam
Quando os meus lábios por ti passeavam.

Trago enfim todo o meu corpo a gritar
Quando orvalho em meu peito vejo sangrar
Pelos dias, pelas noites, do meu leito...

E sonho, sonho que ainda recordas como era
Que ainda nos acalenta a nossa espera
Trago esse amor que dilacera, no meu peito!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Árvore


Era condão, que ternura encerra

Do tamanho de carinhosa mão

Trazia raiz no bolso da terra

E o verde na alma em coração.


Um dia o bolso estava descosido

E deixou o alimento cair ao chão

Depressa como um verso esquecido

Foi apanhada e posta noutra afeição.


Não sei o que a tinha na vida

Se a dor, se a cor, se a solidão

Mas era canção assim vestida


Com as pétalas sagradas da ilusão

Cantava como se fosse toda colorida

E ninguém decerto sabia, a sua condição!

sábado, 18 de abril de 2009

Condição


o sol brilha no horizonte
a água corre da fonte
a ave faz o seu ninho
a veste é de puro linho

...voas na asas sagradas da tua decisão
nem sempre depois de um sim, nasceu um não...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Singela


Entre paredes de tijolo
encostada a uma tábua
surgiu debaixo do solo
com um amarelo singelo
salpicado de verde em folha
a dor de uma mágoa.
Uma simplicidade de ser
um terno olhar na recolha
o seu doce nascer
flor linda de se ver.
Só por isso eu a acolhi
quando ela me chegou de ti
desafiando o sol na cor
enfeita o coração de amor!
E a dor se esqueceu
quando o carinho nasceu!

* Foto oferecida por um amigo do meu Caminho

terça-feira, 14 de abril de 2009

Rosto de Mar


Na pedra talhada do pontão
está um rosto cinzelado
por doce e poeta mão
esculpindo um sorriso
onde era ele mais preciso
no meio de nostálgica condição.

Tem um rosto de anjo, ou talvez não
tem uns olhos em formato de coração
parece um ser mitológico de magia
a quimera de alguma ilusória utopia.

Aconteceu no meu seio, anilando alegria!

Não sei como foi que aquele sonho
surgiu da mão que o enfeitiçou
mas sobre a alma eu deponho
que com todo o carinho o emprestou.

No cimo, asas de azul, brancura a voar...

não...não o consigo eu jamais clarear
corro o risco, de algum deus me levar!

domingo, 12 de abril de 2009

Sorriso


Chorei...hoje chorei tanto
e com as lágrimas salgadas do pranto
enterneci na verdade, do meu espanto...

deixei correr o silêncio da minha saudade
que me chamava louca...e era verdade!

e então decidi:

no orvalho, brisa do passado que se leva
com a ternura do presente que me sossega
um sorriso ao futuro eu concedi...

Nesta Luz...uma Ternura que me eleva!

* Foto: o meu sorriso enfeitado por um amigo

terça-feira, 7 de abril de 2009

Acontecer



Rosa era a cor que tapava o muro
Vestida de um singelo perfume puro
Não era que o espaço fosse feio
Mas existia do outro lado, o enleio.

Não sei se procurar felicidade era seguro
Nem sei, se procurar verdade censuro
Só sei que escutei: - Estar feliz é bom
Observei: - Ser feliz, tem outro tom.

Nem sei que mais gosto de conhecer
se a felicidade que mora ao pé do ser
se aquele estar que voa um só momento

Chego a conclusão alguma, no pensamento
deixo ele voar, com a brisa rosa do lamento
ser e estar, formas de flor enfeitar seu viver!


domingo, 5 de abril de 2009

*Papoila


Assim perdida em pedra cinzenta e fria

Apenas na cor da paixão que tinha, se aquecia
Tinha olhos de rio em verso de nostalgia
Mas se lhe pagavam ao colo ela sorria...

Fragilidade...o sorriso...e adormecia!

E sonhava...e num bailado sem idade
Bebia saudade do arco-íris que o sonho lhe oferecia!

Fugaz era a vida...e à Mãe Terra depressa voltaria!

* Foto: adornada e oferecida por alma querida


quarta-feira, 1 de abril de 2009

Berço



Tens no corpo mil jardins de luar
Nas colinas falas com a saudade
Um poema te fez a menina do mar
E nessa cor, tu abrigas tua vontade.

Trazes na calçada do teu velho casario
O sol, em varinas de sonho emprestado
Trazes espelhado um sorriso, do teu rio
Dos amores que cantam teu sentido fado.

Teus cabelos são o castelo, senhora devota
Sopram velas brancas, um voo de gaivota
E passam procissões de flores à tua porta

És enfeitada de maresia que te faz vaidosa
Berço em que se nasce em verde alfacinha
A doce menina, que nasceu p`ra ser rainha!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Mãos


...Tocas o azul na procura de acender um pavio...

e molhada pela vaga da maré
a Luz te deita um desafio:

- Não ponhas só tuas mãos!
Sente a areia pisada
debaixo do teu pé!

E descobre então...onde reside a tua fé!?