domingo, 29 de dezembro de 2013

Alma na noite fria





Na noite escura e fria
A alma subia, subia
Cada degrau de monotonia
Dentro da alquimia
De fim de mais um dia...
Frio, muito frio fazia
E cada sentir de fantasia
Emoldurava a magia
E fazia do sonho, a utopia
Que na escuridão desfalecia...
 
E a alma cantava, em saudosa sinfonia:
Porque padeço, porque estou tão vazia!?
E a noite: sossega! logo ouvirás o canto da cotovia
E a tua voz murmurando, será sonata, de alegria!

domingo, 10 de novembro de 2013

Coração de Outono...



Bom dia, coração!
Eu estou terra
que interior
do vulcão,
lava encerra!
Feita de silêncios
que escorre
em serenidade
em busca da verdade...
Poesia em combustão
para beber em perdão
da mágoa,
que purifica
na água...
Fria como a do regato
numa frescura tamanha
com que só a alma
se amanha!
Mas se preferires caliente
que seja sulfurosa
das entranhas da terra
perfumada por bela rosa...
Boa noite, coração!


sábado, 26 de outubro de 2013

Meu anjo azul



Ele era um doce anjo azul, a pura fantasia
Esperança e quimera, na minha vida frágil
Sonhava verdade, faz-de-conta da poesia
Vivia-o respirando, entoando cântico hábil

Toda a minha alma, era força precisa
Espaço de protecção, na leveza de ser
Meu anjo azul dava-me a louca brisa
De um sentir louco, me acontecer

Não sei onde andam agora, não sei não
As asas do carinho, de tão louca ilusão
As palavras celestiais, do meu anjo azul...

Talvez descanse escondido, em céu amarelo
Em que a cor mudou, para um ouro singelo
Ou se fez esconder, debaixo de véu de tule...

(Dia 25 de Junho 2006 postei no meu ex-blogue Refúgio este meu soneto...
Podia ter sido hoje!... como o tempo me foge recordo com saudade
a lembrança doce, dos amigos que tinha (alguns que ainda tenho)...
E recordo (lhes) que tenho guardadas suas palavras ainda...
Sempre que tenha oportunidade, deixarei poemas de alguns momentos
Desse pequenino Refúgio, que foi minha alimentação, nos dias de então
E sempre continua, pois então!! Ou não fosse a poesia, minha companhia):)

sábado, 5 de outubro de 2013

Outono



Estou sonolenta com o Outono
Como folhinha de cristal dourado
Parto-me em mil pedacinhos...
E o meu voo é em abandono
Como se alma fosse fado chorado
E o meu corpo, ninho de passarinhos...

domingo, 1 de setembro de 2013

Encontros



E passa tão rápido o tempo
quando bordamos a ternura
que seda se parece com veludo...
e o momento é segundo
e o relógio pára na saudade
do que fica por dizer...
e a vontade nasce nos braços
que sonharam abraços
e trepa numa nostalgia
que desmaia em sorriso
e apenas fica a perceber
que tempo contado, é agonia...
e no bordado terminado
respira-se o momento sentido
que borda com carinho
a barra de azul vestido...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Segredo


Eu vou contar-vos um segredo
Que me vai na alma tão ledo
E trás minhas veias sangrando
Como se fora o mar chorando

Tem noites e tem dias
Que me trás ventanias
Tem céus, luas e marés
Alecrins, rosas e aloés
Tem rios de prata a navegar
Sorrisos de menina a brincar
Tem uma crença bordada
Em linha de azul, dourada
Um cheirinho a erva-doce
A jasmim, ou outra que fosse
Ouve-se em murmúrio de adágio
Sem ser fruto de qualquer plágio
Tem um toque de pura magia
Sem sofrer de nenhuma alquimia
Pode ver-se, mas é invisível
Só sonhando, é visão possível

Eu ia contar-vos um segredo
Mas...eu acho que ainda é cedo...
Fica guardado, sem medo
Entre paredes de rochedo!

sábado, 13 de julho de 2013

Gitano


Gitano
Feiticeiro, andarilho, poeta
De mão dada com a Mãe Natureza
Gitano, alegre e profeta
Cabes na mão da alma princesa...
Arrojado, de pátria incerta
Moreno e dançante poeta
Bailas ao som do bandolim...
Vermelho gitano,
Canta uma trova só para mim
Bailando como rosa, feita de cetim!

domingo, 5 de maio de 2013

Quanta saudade...


Quanta saudade do meu poema...
Quanta saudade da palavra acesa
sabor a morango framboesa
feito cor brasa
que com o coração se casa...
Quanta saudade de bordar branca cambraia
com linha azul de macia areia da praia...
Quanta saudade do perfume de doce açucena
polvilhada de papoila ou pó de verbena...
Oh, quanta saudade do meu poema
aquela minha doce e pura gema...

domingo, 3 de março de 2013

Esperando...

 
 
Em silêncio esperando a doce luz
De um tempo que a seiva germina
Trazendo o andor da vida em cruz
Espreitando sentada na esquina

E segura a linha da vida como sina
Na branda paz que a vela seduz
Mãe terra que docemente domina
Cor da esperança a vereda conduz

Não tem pressa, não tem medo
Apenas em si sofre desassossego
Se esconde em recolhido rochedo...

Vem, que relógio da vida não é cego
Vem, não tardes mais, já não é cedo
Vem voltar a amar, doce aconchego!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Monsaraz em Janeiro...


 
Na visita que te fiz para ouvir falar de ti
Tarde fria de Janeiro, poetizando teu brio
Mais uma vez na tua paz entrei e te senti
Por dentro luz de outrora em corrupio.
E o meu ser entrou em saudade
E te beijou na serena tarde
E baixou os braços e sorriu...
És a mesma que em tempos descobri!
Nas tuas veias ainda correm pedrinhas
Escadas, torres, muralhas, portas, janelas
Ruas estreitinhas, ruelas
Batentes de ferro nas casinhas...
Alvas, tão alvas, branquinhas!
E o teu chão é feito de segredos
Onde tu escondes, os amantes com medos
E o teu ar altivo de donzela medieval
Cheira a rosmaninho, coentros, aroma matinal
De sabor a hortelã, vestidinha de pura lã
Que passeia os seus véus pela manhã
Lá no alto, senhora vestida de azul
Que guarda as terras lindas do sul!
Hoje e sempre na memória, da história
Guardas os sonhos em manuscritos
Que apenas nos teus céus estão escritos...
E quando piso o teu chão sagrado
Por dentro, em mim, se canta saudoso fado!
E esse abraço que dá a tua doce e simples gente
De sabor tão quente...tornou meu Janeiro ardente!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Evento e convite

Para primeira postagem do ano, deixo um convite a todos os amigos...gostaria de vos ver presentes pois estarei por estas bandas neste dia, a dizer dois poemitas que dediquei a esta Vila que sempre guardei, como emblema de uma terra de gente quente. Alentejo que me viu tanta vez passar o Tejo para junto da família querida, que me deu guarida, numa infância e adolescência, que fizeram guardar em mim, brocados de seda de carinho, com amizades que me enfeitaram o caminho...hoje, tecidas com muito gosto, lavradas em palavras quentes de quem ama e amou a sua descendência deixo nas veias do meu sangue alentejano, o amor terno que sinto por dentro, ao meu avôzinho materno! Obrigada a quem participa neste evento e obrigada ao amigo António Caeiro, (amigo que já conheço desde 2005, no seu bolgue ) que foi no facebook o grande obreiro deste acontecimento!



Agendem, para o dia 26 de Janeiro de 2013, e verão que não se arrependerão da terra linda que irão conhecer e no entretanto desejo a todos que tenham um Novo Ano, com muita saúde, pão na mesa e afoguem mum mar de alegria qualquer tristeza!!...e claro está Amor e Paz, que só o interior da nossa vontade será capaz!
Isabel Vieira