sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Enfeitando o caminho...


...em silêncio enfeitado com azevinho
deixo neste espaço todo o meu carinho
e que uma velinha acesa mantenha o seu pavio
num desafio:
Vossas almas e corações sem sombra de frio!!

(em vossa mão deixo um beijo do coração!)

domingo, 27 de novembro de 2011

Alma de cristal


Tristeza és, em estado magoado
Com o sentir de um porquê
Que só na alma se vê
Vivendo desacompanhada
Querendo tudo e nada...
És um mal amado
Que sente e não é sentido
Por ninguém que te seja querido
Senão no sentido de ser chorado...
Ah...que triste esse fado
Andares no povoado, tão árduo
E não saberes como afastar teu fardo...
Vai no teu silêncio sem medo
Entre o mal do tudo que te faz nada
E verás com singeleza, como ficarás mudada...

E eu?!...amiga minha, serei tua madrinha
Se prometeres que a vida será levezinha
E mudares para um quente bordado
De favo de linho, doce e aconchegado!...

domingo, 23 de outubro de 2011

Refúgio



Corria alva e leve e suavemente fria
Bordada por pedra luzidia
No carreiro do rio interior
Entre a brasa da terra em cor
Como se fora sangue das entranhas
Escondida no seio de intrigantes manhas
E na base de gotinhas de cristal
Em circulo como se procurasse pedestal
Num sentido de vida em direcção
Deixando lhe tocassem com a mão
Ansiando que o corpo da sua alma
Sorvesse a seiva de um tempo que acalma...

E tinha o destino, da treva procurar o dia
Namorando a escuridão que a servia
Na fé, da luz que sabia que existia...

E quando aurora se fizesse acontecer
Deixaria o tempo a beijasse no adormecer
Rio de vida, foz de doce marujar a anoitecer!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sonho ou talvez não...


Da luz que me embala todo o dia
tentei apanhar a tua simpatia
e qual não foi o meu espanto
quando vi que todo o céu me sorria...
não sei porque foi, porque aconteceu
mas o meu olhar encontrou o teu
e na força interior que nos envolveu
todo o sonho azul, virou encanto...

...e imaginei por momentos:
Será a luz dos teus olhos, nos tempos?

sábado, 17 de setembro de 2011

Tempo sem tempo...



Tempo que gira e nos domina
Rotina espreita sentada a cada esquina...
E a dor de uma surpresa é funesta!
Mas quando a porta de repente se fecha
Espreita-se janela que borda ar em flecha
E uma linda cor, nela se empresta...

Um dia vou contar a alguém
Como, com amor, o tempo se detém!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Entre a ousadia e o medo



Penetrando nas entranhas do ar
Sugando maresia do mar
Nadando na onda dos porquês
Dos tempos de era uma vez
Interroga-se a mente e a alma
Que o corpo não acalma...
Porque tudo é um nada constante
E o nada vive num tudo estonteante
Que nunca, o é suficiente
Que põe meio mundo impaciente
E num quê, tão arrepiante
Trás o nada, em tudo inconstante...

Voa para além dos teus limites
Voa, sem rumo, não hesites
Quem sabe se o teu final
É um nada de tudo, sem igual?!
Quem sabe, qual o segredo
Fronteira entre a ousadia e o medo
Que terás de passar a planar?!...
Levemente...como pena a nadar...

Serenidade na vontade, força para lutar!!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ausência


Vi a tristeza chorando num canto
Em que a alma toda estremecia
Dei-lhe meu afago por encanto
E seu estado mudança prometia

Ai, mas é tão incerta a mudança
Quando nos ventos sopra lonjura
É como acariciar uma criança
Sabendo que o sentir não dura

A solidão se junta à tristeza
E reside um bailado de leveza
Que no corpo é estranho condão...

E pelo céu com asas de falcão
Dançando em nuvens de algodão
Jaz flor, em coração de incerteza!...

sábado, 16 de julho de 2011

Lua de regaço


Balada de amor, a lua hoje canta baixinho
Lá no céu onde ela vive sozinha
De corpo de luz, com que o universo seduz
Bailando a sua velha modinha
Sorrindo às estrelas pelo caminho...

Ai lua, lua, quem dera que fosses um instante meu ninho
Me deixasses pairar em teu brilho, presa em belo cadilho
E a meu amor levasses, o mais belo e secreto recadinho...

Quem sabe se no teu regaço, eu recebia aquele meiguinho abraço?!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sei que sabes...


Sei dos teus medos em sono profundo
Sei dos teus passos no asfalto do mundo
Sei que nasceste na vida sem pai
E da mãe que tiveste com ai...
Sei meu amigo desse teu ar moribundo
Sei, amor que nasceu em ti, tão viçoso e profundo
Sei daquela saudade que nasce em ti tão capaz
E da nostalgia do dia, que querias ter sido audaz!
Mas a vida escolheu outro palco para encenares
Desenhando-te já cansado para continuares
E na tela do verbo ser de menino da tua época
Voltar atrás é melodia de sinfonia louca!...

Ai, pudera eu amar-te e proteger-te
Afagar-te em mim e merecer-te
Porque sabes? É que também sei
Aquilo que em ti já me dei...

Sei que ao partilharmos a alma
Nenhum de nós jamais sentiria a calma...

Duas quimeras perdidas no caminho
Explodiriam no êxtase do carinho
E deixariam a vida de mansinho...

Sabes? Sei que sim, que sabes...
Um dia no coração fizemos as pazes!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tempos reais



Numa ameia cerzida, em taça de vida
Corria tempo da hera em sua guarida
Olhares se cruzavam e entrelaçavam
E a ameia reflectia os que se olhavam

Eram vozes, eram ais, eram tambores
Os tempos de dentro, outros valores
Eram suspiros e romances de rainhas
Que viram tecer façanhas e ladainhas

E vieram romanos, vieram lusitanos
Forças medievais, forenses que tais
Dotes de amor, entre seus portais...

Talvez estivessem assim como vestais...
Que se desejavam divinais sem enganos
Na origem da vida, a nobreza dos anos?!...

sábado, 28 de maio de 2011

Sonho


(Sonhos, sempre só sonhos
Não sei viver sem sonhos...)

Onde ponho meu ardor
Sempre te vejo meu amor
Na esquina de uma janela
Namoro teu corpo aguarela
Numa rua na multidão
Sempre tu no coração
Numa vaga de mar
Teus olhos a naufragar
Numa nuvem do céu
O carinho que me benzeu
Num rio as margens a verter
Sinto teus lábios me humedecer
Na loucura de fogueira acesa
Nasce chama de certeza
Na pétala de uma rosa
Me acho em ti, a mais formosa
Sobre teu manto de colina verde
Sou lua cheia que se perde...

(Sonhos, sempre só sonhos
Não sei viver sem sonhos...)

Um dia, quando tudo em mim morrer
Só tu, alado sonho, me farás renascer!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vida...


Como safira a brilhar
como pétala de flor
como arco-íris em cor...

Como luz de astro rei
como brisa de luar
como vaga de sereno mar...

Como num tudo e nada
acordar simplesmente beijada
por nova madrugada...

Um dia, após o outro
até um entardecer
no sentir anoitecer...

Apenas e só...adormecer!
Com coração a descansar
da vida que o fez valer!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sorriso de Luz


Por trás de um corpo enlaçado
Com madeixas de sombra apetecida
És princesa de conto de fadas
Que um dia trouxe luz a uma vida!
És raio de sol, sorrindo pela manhã
Que deixa a gente encantada
E por ti, docemente afagada
Como carícia de corpinho de lã...
És vida, sempre sorriso em lema
Levezinha sempre dançando
Com o teu corpinho de açucena
Que elevas feito uma pena...

E no sol, tuas asas vais dourando...
És e sempre serás a loucura plena
Que nasceu um dia para tua mamã!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

Toque de cor


Na esquina da velhinha janela
nascia rebelde florinha singela
que bordava de suave alento
numa brisa em pluma de vento
a melancolia que dentro vivia
numa bruma cheia de fantasia
camuflando a agrura da ironia...

A saudade era gotinha de choro
no interior, onde se ouvia em coro
uma sinfonia de cor indefinida
como afinal, era toda a sua vida...

Qual será então, pequenina flor
o verdadeiro toque da tua cor?!...

sábado, 26 de março de 2011

Tempo...


No verde do tapete do tempo
fica um azul desenhado com verdade
pináculo humano do contratempo
desenhando caminhos de saudade...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Voo de asas ao luar...


Vieste pela noite no teu andar
algo caprichoso, algo misterioso
em grandes vagas de carinho
pousar no meu mar, devagarinho...
Como se a luz da lua
tivesse um segredo escondido
assim tinhas tu teu olhar
meu menino querido!
Sê sempre tu, meu anjo amigo
e em cada fase do teu luar
as asas estarão sempre contigo!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Que sentimento...


Ao som de música, meu amor
vejo a tarde passar estendida
com um sol de luz estarrecida
e uma saudade não sei do quê
que me deixa em interrogação
me deixa presa ao pensamento
nas vozes de algum lamento...

que sentimento é este meu amor
que trás na melancolia
uma sentida apatia
mistura de cansaço
que não se importa com que faço
mas que brisa aconchega em seu regaço?!...

que sentimento é este meu amor
que me trás na melodia
dentro de uma sinfonia
de acordes de suave solidão
misturada de indefesa ilusão
pautas esquecidas do que a vida é, ou não?!...

e a tarde se vai escondendo
e a música se vai misturando
com a certeza da leveza
contrariando noite de escuridão
iludindo com carente sofreguidão
dando luz a meu suado chão...

que sentimento é este, diz-me coração
tantos dias me vestes de compaixão
e no interior te tornas meu senhor...
- Que sentimento é este, meu amor?

(escrito a 06/02/11)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Embalo


Na canção de embalar
Oiço liras harpas e violinos
Sinos de campanários
Anunciando suaves hinos
Oiço lírica de luz celeste
Entregue por mão campestre
Que faz sorrir um rio
E de carinho mata o frio...

E o chão de verde se veste
Seguindo suaves águas no seu leito
E o coração, soa baixinho ao seu jeito...

Será que a vida sossegou num tudo e nada
E tão sã e travessa, me embalou feito fada!?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mãos


Mãos estendidas, mãos cansadas, mãos carentes
São assim as mãos em clamores ardentes
Não fossem elas mãos do meio de tanta gente
Poesia de um sentir pedinte de coração quente

Possam lavar-se em mares de gratidão
Possam pisar as ternuras de terno chão
Voando com asas de ave, feito falcão
Sonhando que entrelaçadas sempre se dão

E em seus segredos de cansaços e incertezas
Possam ainda enfeitar o carinho de muitas mesas
Com a alma que vão tendo em suas certezas...

Não, não te pedem o mundo, nem o universo
Somente que haja paz em cada verso
E as suas rugas somem, todo o amor que está imerso!

(escrito a 02/01/2011)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ao futuro...


Vermelho sangue nas veias correndo
Com baguinhas de cor nas entranhas
Nasce assim um novo tempo crescendo
Sem saberes como na vida te amanhas

Vais secretamente bonança desejando
Com sede de beber de pura condição
Apenas com ansiedade sussurrando
Às veredas, das paredes do coração

Ah, como é incerto o tempo, o caminho
Como avistas ao longe turva ilusão
Mas a tratas mesmo assim com carinho...

Quantos tempos, quanto do teu chão
Retratas nas feituras do teu ninho
E quanto Amor entregas na tua devoção!...