segunda-feira, 20 de abril de 2009

Árvore


Era condão, que ternura encerra

Do tamanho de carinhosa mão

Trazia raiz no bolso da terra

E o verde na alma em coração.


Um dia o bolso estava descosido

E deixou o alimento cair ao chão

Depressa como um verso esquecido

Foi apanhada e posta noutra afeição.


Não sei o que a tinha na vida

Se a dor, se a cor, se a solidão

Mas era canção assim vestida


Com as pétalas sagradas da ilusão

Cantava como se fosse toda colorida

E ninguém decerto sabia, a sua condição!

5 comentários:

notyet disse...

Vive o Bonsai aprisionado à sua condição.
Justo é conceder-lhe ilusão quando ganha outra afeição
Beijinho

Marina disse...

carinhosos cuidados,
suaves e pacientes,
asim se faz a vida...

Teresa Durães disse...

existe sempre a imagem que projectamos e a outra, a verdadeira sentida. um bom ensaio em volta do bonsai!

tempusinfinitae disse...

O Bonsaï é tão parecido com o nosso coração: cuidados extremos, gestos largos e a atenção de um abraço para que a seiva não pare de molhar esse musculo.

Maria disse...

O Bonsai é bonito. Mas como os pássaros, acho que devia crescer e viver livre...

:)
Beijo